O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR GUIMARÃES, C. V.
reconhecendo direita e esquerda em si apenas, coordenação
visomotora em desenvolvimento, protege as O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
GUIMARÃES, C. V.
Entende-se por
desenvolvimento humano, o desenvolvimento integrado do crescimento, da maturação e das
experiências e a adaptação desse corpo no ambiente, respeitando-se as
individualidades de casa pessoa, sua
herança genética, bem como as condições ambientais, na qual esse indivíduo está inserido. Esse
desenvolvimento humano inclui os aspectos físicos ou motor, afetivo-social ou
relacional e cognitivo. A criança
atua no mundo por meio de seus movimentos, dispõe de suas capacidades motoras, intelectuais e
afetivas, estabelecendo assim a relação com o mundo conforme sua carga tônica
pessoal, que é contruída no
dia-a-dia com as estimulações e limitações que o meio e as pessoas impõem. O desenvolvimento
psicomotor caracteriza-se pela maturação que integra o movimento, o ritmo, a contrução espacial, o
reconhecimento dos objetos, das posições, a imagem do nosso corpo e a palavra. Ele pode ser
considerado não apenas por classificações cronológicas, mas por etapas ou
estágios que apresentam
características de um processo reacional, não fixo segundo a maturação do
indivíduo. Desenvolvimento céfalo-caudal
é ordenado e previsível, onde as primeiras aquisições se iniciam na região da cabeça e
evoluem em direção aos pés. O sistema nervoso também se desenvolve dessa forma. Desenvolvimento
próximo-distal segue a direção da região central para as extremidades. O controle processa-se
do tronco para os braços, mãos e dedos. Desenvolvimento geral
paraespecífico tanto em relação aos comportamentos como no controle motor, em que haverá
controle da musculatura grossa antes dos movimentos da musculatura fina. Em outros termos, os
movimentos vão ser simples e generalizados no início e específico e refinados futuramente.
No desenvolvimento cronológico psicomotor a criança e o adulto apresentam alguns padrões de desenvolvimento previsíveis. Ao nascer, o indivíduo apresenta reações automáticas-reflexas, por exemplo, o reflexo de Moro; as mais reflexas (a sucção), as quais são chamadas organizações instintivas. No 1º mês – a reação de atenção inata, começa a olhar, deixa de chorar quando alguém se aproxima; comunica suas necessidades através do choro; 2º mês – segue com os olhos os estímulos; emite sons vocais; o bebê usa suas mãos para brincar, figuras combinadas podem desencadear um sorriso; 3º mês – sacode o chocalho involuntariamente; sorri em resposta a outro sorriso, sai do estágio reflexo entrando no mundo humano pela comunicação do sorriso; 4º mês – aproxima-se dos objetos apalpando-os, ri alto, esconde-se, rola, começa a orientar-se no espaço; 5º mês – pega objetos ao seu alcance, senta-se com apoio, leva os pés à boca, o desenvolvimento da preensão muda a visão do mundo, inicialmente a preensão palmar é total, não havendo diferenciação entre a palma e os dedos; 6º mês – utiliza seu corpo e objetos no espaço, balbucia, alimentação sólida e com colher; 7º e 8º meses – procura objetos caídos, joga-os, simboliza presença a ausência (cadê, achou), simboliza a aceitação e a rejeição, sorrindo ou chorando conforme quem vê, preensão ativa do polegar, crise de angústia distônica, ou seja, chora quando a mãe não está perto, estabelece relação percebida e reconhecida do objeto, reconhece-se alegremente no espelho, transfere objetos de uma mão para outra, repete os atos que lhe interessam, ou seja, bate palmas, dá pontapés em brinquedos suspensos no berço para vê-los alcançar, começa a demonstrar compreensão das palavras e emite sons, parecendo gostar de ouvir sua própria voz, começando a engatinhar, a criança necessitará de espaço para explorar o mundo dessa forma, vocaliza sílabas; 9º mês – mantém-se de pé apoiando-se nas superfícies e anda segurando-se com as mãos para manter o equilíbrio, pega objetos escondidos à sua frente, primeiras palavras de duas sílabas servindo para nomear tudo, instituindo-se assim a memória, movimento de pinça; 10º mês – coloca-se em pé sozinho, bebe com copo, repete os sons ouvidos, interrompe a ação ao ouvir ordens, aprende a falar as primeiras palavras, juntando sílabas, instituem-se as noções de defesa e proibições; 11º a 14º meses – desenvolvimento da marcha com domínio do espaço físico e simbólico, quando o bebê assume a autonomia do andar, explora os espaços e a possibilidade de domínio desse; 15º a 18º meses – anda sozinho, a criança assume a sua independência e progride rapidamente, mas seus passos ainda são incontroláveis, não conseguindo parar ou mudar de direção bruscamente, apresenta linguagem de ação com organizações rítmicas, maturação neurológica para controle esfincteriano (início da percepção), já faz rabiscos; 2 anos – noção de totalidade corporal (mas não relaciona as partes), reconhece diferença sexual, usa colher e lápis, a criança já manuseia o lápis e esboça os primeiros traços com significado para si, leva a comida à boca com a colher, salta com os dois pés juntos, o real está confuso com a fantasia, o que pensa e imagina é sempre mais verdadeiro e realizável para a criança, controle total dos esfíncteres, o vocabulário aumenta; 3 anos – utiliza o pronome “eu”, tomada de consciência de si, reconhece e explica ações, é capaz de classificar, identificar e comparar, vocabulário em torno de 200 palavras, demonstra cooperação, usa talheres e quer vestir-se e calçar-se sozinho, salta em um pé só, 2 ou 3 passos, anda de velocípedes, sobe e desce escadas alternando os passos, a coordenação motora fina se aperfeiçoa, idade dos “porquês”, começa a se meter na conversa dos adultos, começa a usar a tesoura; 4 anos – tem mais elasticidade das articulações, coordena os movimentos das mãos na escrita, inicia abstrações e relações com os fatos, não distinguindo claramente a fantasia da realidade, distingue frente e costas, veste sozinho e põe os sapatos, mas não os amarra ainda, salta com habilidade, início de socialização, exploração e manipulação mais acentuada da área sexual, sabe copiar carimbos, associa a figura à escrita, pode copiar uma cruz, anda na ponta dos pés, inicia-se o reconhecimento das cores, ainda se vê do modo pelo qual pensa que as outras pessoas vêem; 5 anos – coordenação global desenvolvida, desenvolvimento do esquema corporal, utiliza a mão dominante
crianças menores,
colabora gradativamente, gosta de ajudar em tarefas domésticas, aceita responsabilidades e
ordens, salta alternando os pés, salta distância com habilidade, ou seja, mais
ágil e com coordenação,
agregação com crianças do mesmo sexo (simpatia e antipatia), formação de
censura, certo e errado,
segura o lápis com mais segurança mostrando os progressos neuromotores quando desenha traços retos,
conseguindo fazer círculos e quadrados, distingue todas as cores, identificação
com figuras de ídolos; 6
anos – apresenta experimentação do corpo, atitudes sociais bruscas, distingue
os dois lados
(lateralização), não faz laços (faz algumas tentativas), distingue fantasia da
realidade claramente, início dos jogos
heterossexuais, troca de dentes, anda de bicicleta, desenvolve com maior
facilidade jogos de competição e
raciocínio; 7 a 8 anos – plena integração do corpo, aperfeiçoamento das
habilidades adquiridas
anteriormente, reconhece laterização no outro, noção de temporalidade bem
definida (passado, presente e futuro),
sabe ver horas, não os minutos, instala-se fortemente a conduta ética, a
importância de valores e normas,
procura contatos fora de casa, aparece a reprodução rítmica; 9 a 10 anos – automatização dos
movimentos habituais até se tornarem ágeis, mais relaxado na postura, levanta alternativas para
solucionar problemas, relaciona-se cooperativamente com a comunidade, explica conceitos abstratos
(bondade por exemplo), percepção mais aguçada, valoriza grupo de amigos, sabe comprar pequenas
coisas sozinho, fala e age ao mesmo tempo; 11 a 12 anos – combina
simultaneamente os movimentos do
membros inferiores e superiores, equilibra força muscular e habilidade,
movimentos expressivos tanto
faciais quanto corporais, atividades com diferenciação dos sexos e
desenvolvimento muscular maior nos
meninos, início da adolescência. Referência
bibliográfica
BUENO, M. J. Psicomotricidade teoria e prática: estimulação, educação e reeducação psicomotora
BUENO, M. J. Psicomotricidade teoria e prática: estimulação, educação e reeducação psicomotora
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